terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Canção do peregrino


Canção do Peregrino


A terra onde piso não é o céu onde vivo
Não sou o que se vê
Nem o que se sente
Não olho para você
Mais passo repentinamente,
Olhe-me como a brisa. Eu sou o vento,
Numca amarrado nunca detento...

Busco o rumo olho o tempo,
O suldoeste é meu ladrilho
Lugar de minha saida.
O porque de meu lamento.

Sou parte da dúvida da vida
A parte menos estudada.
Chamam-me de sonso
Mais sou apenas o humilde, o manso;
A coisa menos amada.
Um mero ser andarilho
Em terra de humanos infestada.

Se me perguntares do partir.
Não o deixo tão certo nem o que sou
Apenas lhe digo que ja vou:
- Aonde ninguem pessou em ir.

Saio antes que suma a noite
E sigo o curso do relento.
Descanso debaixo de arvores,
Sem medo sem pavores
Contemplo por um segundo a natureza
E novamente levantando da sua pureza.
Sigo o rastro de meu assoite.

Por fim a duvida ferrenha
De tão longa distância percorrida.
Assim somente lhe direi
Como quem em areia desenha:
- Por certo minha alma é peregrina
E onde existir um coração de menina
Lá a minha casa edificarei...

Gabriel de Alencar

Descravo


Descravo

- Descravo-te a minha poesia

Como se ela não fosse tua

Sem forma suave nem nua,

E sim vestida em mágoa e liturgia.


Essa não possui vícios nem maledicência

Antes, pois simplesmente vive a dormência.

Da tua alma e do teu lamento

Espreitando o teu meigo sofrimento...


Esses humildes versos escritos

Nunca haverão de ser recitados

Pois não são obra de bastardos

Nem tanto leigos mitos.


São os sussurros tentados da terra

Que desenham e conturbando a guerra

Do espírito inibido do ultimo rúnico

Que dentre homens: nunca visto ÚNICO.


(Gabriel de Alencar)

O Sereno o vento, a Alvorada



O Sereno o Vento, a Alvorada.


Logo o trêmulo raiar de sol

Fora obliterado por tortuosas nuvens

Sombrias e aflitas prontas a chorar!

Com um silêncio... Poético silêncio

Quase inabalado vencido apenas

Pelos murmúrios do vento

E brandos trovões.


E vem o frio, e embaça a vidraça.

Na cama a menina dorme tranqüila

Nem sabe o que lá fora passa

O mistério que cai sobre a rua, sobre a praça;

E a vida que traz o choro do céu.


A mágica natureza

Tem a sua trilha marcada em circulo

Que ligam os sete caminhos

E sete portais serrados por cristais reluzentes

Para no centro o sagrado encontrar.


Enfim jaz à hora do devaneio

E abrem-se os selos dos caminhos

E revoltos sopram mais que uma brisa.

Do norte e o leste sopram para o sudoeste

Sem sentido, sábio, súbito;

Como o bater de asas dos pardais

Como o canto emanado da chuva.


De prata e luz é feito essa chuva, outrora.

Destorce a luz em boreal aurora

E os raios tocam o fino véu do seu rosto sombrio


Abrem-se os olhos e acorda o cisne

Como a menina na manhã em tom tisne,

E um sussurro... - Papai! To com frio.

‘’Carlos Junior’’

&

‘’Gabriel de AlanKerk’’

(Breith lá sona duit Kalinne)

Ferir! Ferir!


Ferir! Ferir!


Se por acaso partires quem decidira

O tempo presente, o futuro irá;

Em delírios perder-se em lamentos

Tornado nocivo teu ungüento.


- Ferir! Ferir! Um, dois, três corações.

E para que ferir? Tão meigas emoções...


Vibrante! A emoção suspeita

Em sussurros abandona, espreita.

Calada em arder-se com ira

E inflamando com desdém as feridas.


- Mentir! Mentir! Um, dois, três flagelos.

E para que ferir? Com desprezo aos sinceros...


Na mágoa uma singular criança

E sorte na mágoa que lhe fará?

Em gemidos de dor no âmago irá

Sorte findar em amar ou morrer

E jaz verdade de mentiras mentidas

Quanto da tua cólera à criança amiga?


- Desferir! Desferir! Um, dois, três flagelos.

E para que ferir? Tantos corações sinceros...


Longe vai e não se definirá?

Em inocência menina definhará

E meiga sussurrará esperança...


Se mentires em cólera ao sofrer,

Que te lhe farei com a verdade inibida

Por acaso tornou-se o teu coração viga?


- Sorrir! Sorrir! Um, dois, três corações.

E para que Ferir? Irônica todas as emoções...


Faz-se, e desfaz-se, por quê? Para que?

Ingênua, intrigante, irradia irrelevante,

Esperança ou sofrer de amor: Não de amante.


- Por que, Para que tanto odiar?

Feriu, mentiu, desferiu, sorriu.

Contra aquele grande amar...

Desde o dia em que tua sombra viu.



(Gabriel de Alencar)

Violeta


Violeta

O que será de minha sorte
Quando em minha mágoa te buscar
E não mais a ti encontrar.

O que será de mim; desse vazio
Que me maltrata e me mata
Aos poucos sem motivo, sem razão.

O que será das árvores, do sol
Quando o seu brilho de vida se perder;
Onde estará a beleza do jardim
Se a violeta não florescer.

O que será do inverno, do outono
Se não tombarem as folhas
E vir o frio e a neve.

O que será do meu ser
Quando não mais encontrar
As quatro estacões tão perfeitas
E onde irei achar outra flor
Que substitua a pureza da meiga violeta...




Gabriel de Alencar

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Por tua Felicidade

Por tua felicidade

Por onde passas a alegria é bem vinda
Por onde andas os passos tocam em harmonia
Por onde queres voar, tuas assas ruflam alegres
Por onde quer que vagues ande sempre em pensamentos.

Como o dia e a noite
Dois lados distintos com a mesma finalidade,
Um punhal cravado no peito
Em favor da morte ou da sorte,
Por juntar as duas partes de um ser.

Mesmo com a macula no teu seio
Inda ouço a voz de ti. Ho! Anjo,
E se matar-me de angustia for teu querer,
Que seja por tua felicidade.

Gabriel deAlencar

Um sorriso



Um sorriso


Há alem das formas sinuosas
Na brancura da tez e do colo
Entre sedosos lábios de mulher
Um ápice simbólico do amor.


É o centro das atenções de poetas
E o ver dentro D’alma de um anjo,
Por caminhos sóbrios do amor,
Vejo o porquê desses lábios.


Um encanto simples e vibrante
As covinhas se formam suaves;
Em completa alegria e delicadeza.
Há!... É loucura não amar-te

E ironia não velar-te
Apaixonado por um sorriso teu

Gabriel de Alencar




Um retrato


Um retrato


Que expressão tens no rosto?!
Vês, pois algo a paira no céu?
É intrigante esse olhar que no horizonte
Fixa-se na palidez de um olhar imóvel...
Sem expressão; sem razão.
Antídoto talvez para quiméricas criaturas,
Algo simples que singela súbito no âmago.
Tal qual és criatura de sentimentos
Ou um véu que desprende de um sino Celta.
Volvo, pois os olhos a esse retrato.
Inibe-me uma ânsia imaculada,
Talvez uma luz na aurora de meu coração
Ou a sombra obscurecida da emoção.
Vós que desperta um suspiro... Abranda!
Um coração de poeta tens em mãos macias.
Qual o lúgubre do peito amante há de ficar?
Sem que vos tenha em horror ao crepitar
Como tolos diante de um anjo de Deus,
E qual veemência arredia buscas nesse mundo?
Que me faça no peito murmúrios seus?!
O seu nome! O sem nome trouxe do fundo.
Gabriel de Alencar

Dança a fada


Dança a fada

Sopra o vento na face
E suas pétalas revoltas dançam
Numa primeira noite de inverno,
Nas lápides em lua de Celtas.
E assim como a lua nasce
Vem em estremecer de asas
A borboleta humana, Fada,
Do coração de um nobre rúnico.
- Ela começa a dançar tremula,
Mas logo solta-se ao vento.
Ela é meiga; é singela; amada,
Como foram as rainhas da alvorada,
Ou as princesas de outrora...

Vê-me escondido na relva
E põe-se a esconder também.
- Não há de sair até que vá
Eu embora do requinte
E leve comigo a magoa
De com ela não poder dançar.

Gabriel de Alencar

Santo remido...

Santo remido

Oh lábios doces! Lábios frios,
Cuja minha sorte ousou-te.
Propaga essa luz num gemido
Medonho, que desfalece em rios.

Vês! Oh sorte malevolente
A tormenta rúnica da coragem
Ao coração criança sem maldade
Sussurra em véu inda úmido,
Que dos lábios esmagados revelou-te
Os murmúrios ébrio, dementes.
- Hoje, posto que a maldade jaz
E o bem nascido de Lúcifer se desfaz
Num singular e humilde canto;
Pecador, perdoado, puro, perecível.
Vinde pois da casa de Satã
E das amarras da desejosa paixão.
Liberta-te por aceitar o impecável
E na tua lápide assim escreva:
Não mas jaz o coração da verdade.

Gabriel de Alencar

terça-feira, 14 de outubro de 2008

As três faces da mulher

(Triskle)
Ao longe paira na relva
Com uma face pálida e meiga
Como a águia em seus dias
De dor de angustia e reviver.
Lívida de lembranças a chorar
Em suas câmaras cefálicas
Esquecidas, mortas, dispersas.
Longe num pensamento...
Presa entre pestes agonizantes
Oh! Lembra ao menos.
- Confesso! A tua infância
Desfloraram nos meus braços.
A tua inocência menina,
Perdeu-se em meu toque
E as tuas labutas belas
Esquecera nos meus lamentos.
Sois e Luas resplenderam
Ao longe tão simples a findar
Tão febris alentos delicados,
Tão mornos olhares amados.

-Calai-te! E apenas suspira
O ar que esta noite esfria
E alenta-me com tuas birras.
Despe-te da Infância agora
E sonha o que sempre quis
Velando-te hei de ficar
A velar-te nesse sonho teu.
Meu amor e vivencia com a tua
Traga-o aos braços do pai
O amado filho meu.
Gabriel de Alencar

Amgine



Amgine

Aiseop aciténerf! aiseop,
Arutircse me aleb sam a
Airf e asoutluv sam a atse e
Arutatse agiem e asounis moc.

Asorp, amir. ralaf on aneuqep
Asor adasip e adasnac a
!Ensic- agima etnama

Saud ed amgine mu
Suan setnaosnoc, saneuqep siagov
______- selpmis emon mu e


Gabriel de Alencar

E a boca quis falar


E a boca quis falar

Vazeas sombrias,
Que vosso coração espreita
E treme, chora, soluça
Pelo louco que vos vela.

Tu que és um sussurro
Olhai adiante dos olhos
De teu príncipe rústico
E enxergas a palidez do olhar
Desfalecido de um mudo.

Esse teu vulto calado
O lorde do teu pranto, labuta
Canta com a boca muda
Costurada pelas veias do amor.

Esta boca que pôs-se
Muda a recitar versos,
Num esforço quis falar-te
Porém, as veias prenderam-lhe
E os lábios então partiram-se.


Gabriel de Alencar

Prata ouro Prata


Prata ouro Prata

...Ontem vi pois a prata ouro,

De tal ápice inimitável
Crepúsculo que nasce nas sombras
Como todos os dias de outrora.

Posto ontem pois, esse brilho
A incandescer num céu indiferente,
Pois as fazes incompletas vi
Fazes que a séculos não mudava.

Temo por essa bela jóia
Vossa pérola imaculada
Que tantos dias espreitara-te
A tua doçura, meiguice e magoa.

Treme-me a carne podre
Manchada em escarlate espargido
Na minha miserável árvore vital,
Enquanto tomba-me a vida
Numa ininterrupta cadeia medonha.
-A agonizar pranteio-me frenético
E deleitando o vosso leito
Vejo a lua novamente prata...


Gabriel de Alencar

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Pó de Castelo


Pó de castelo



... E se não fosse esse bem
Incurável loucura que destroça
A alma a vida a morte o soluço
De um choro de uma lágrima.

Se não sonhasse esse copo
Esse vinho. O que seria da areia
Quando comparada ao mar?
De que viveria o vento por vagar
Sem rumo sem túmulo sem emoção?

Sonhar... Que loucura vibrante.
Vácuo de ser de paixão.
Retorna a vida, amiga morte!
E detrói o corpo em lepra.

Oh! Antraz amante do meu ser
Retornará ao corpo mais uma vez?
Ou enjoaste da vil pele cansada?

... Pó como a terra sois vós
Como a areia como o ferro
O amoníaco o cobre o magma
Incandescente escarro
Das vísceras terráqueas.

Antes terra antes vulto
Preso pisado portador poético
Dos sonhos de um venéreo Andar...

Lembre-se de sua labuta
Lembre-se dos semblantes
Pois, todos ficaram iguais;

O solo é o escarro da terra
E somos nada alem disso:
Um monstro misturado
E finalmente fundido com o vento.


-Por compaixão!
Quando já não mais habitar em mim
Peço-vos um favor ilustre:
Queime meu corpo e das cinzas
Construam um lindo castelo.


Gabriel de Alencar

Eu os vejo

Este ai é um poema meu, sou brasileiro narural + minha exência ainda é Irlandesa e Celta. Logo após viram outros poemas meus curta de montão^^.

E eu os vejo

Eu os vejo! Entrevados,

Entregues as sombras e gritando,

Em alta voz a Deus amaldiçoando

Por seus crimes depravados.


Monstros de rultilância derrotados

Cantam com ódio inda murmurando

E o certo rodeiam desfigurando

Com o coração e olhos vedados.


Cantam com escárnio essas feras

Cheios de ódio e irritantes chagas,

Ainda velando as mesmas pragas.


Ainda choram as quimeras

E ão de ficar a clamar

Pois, o certo não quiseram amar.

Gabriel de Alencar

Anjo de poeta




Anjo de poeta

No ranger de dentes

A poesia frenética do moribundo

Como se derrama de um negro vaso

O necta das flores recendentes


E nessa infâmia de poeta

Que no peito amante a magoa inda

Corrompe, e na vida destrói os sentimentos.

Espreita-me na ausência do teu encanto...


Tão belo puro anjo!

Nem as flores da alvorada revelam

Quão pura beleza há em teu coração,

Nem o brilho do sol ha. De ofuscar-te a palidez.

E nem desviara ele de ti meu olhar imóvel.


Quanto ao desalento do peito imundo

Tu encantas o coração dos poetas

E na maledicência desse, a velar-te.

Um murmúrio no desdém entre teus lábios.


No ressonar desse murmúrio teu

Ouço os segredos ásperos da franqueza

Dessas fitas róseas e invejáveis;


Quando na tua sinceridade te encontro

E para ti meu peito e meu amor

Espero apenas que me responda

Porque rejeita meu amor?


Porque rejeitar esses versos?

Se eles contemplam a ti

Não vedes que pedem por mim teu alento?

Não vedes que meu coração te espera

E nele todo meu amor e vivência?


Velo-te mesmo que apenas a morte me aceite.

E se um dia no leito da maldita amiga

For me tirada a esperança por ti,

Clamo a Deus que não te faças sofrer

E na glória da vida dos amores,

Peço-te ao menos um beijo

E nos teus lábios poder morre.

Gabriel de Alencar



Inquieto


Inquieto

Aquietai em mim o meu peito

Pois inda oiço dele murmura

Estas palavras que fazem desfigura

A vida e a morte sem menor respeito.


Quanto da cólera o antro imperfeito

De minha eloqüência a fissura

Tendem em mim o vão sutura

As chagas da infanticida em meu leito.


Assim como o vil corrompe a vida

Assim torna-se fria e entristecida

Como asas queimadas de um cisne,


Que se perdem livres no voar

Podendo eu velas livres a escoar

Escurecidas em um tom tisne.

(Gabriel de Alencar)

terça-feira, 17 de junho de 2008

Branca mulher de cisne



Mulher Branca de Cisne

Mulher branca,

Alva com a majestosa neve

De seios mimosos e lívidos,

Cheia de um falar em versos.


Debruças-te sobre os sentimentos,

Que ate os insertos

Sonham-te em profundo regozijo,

Abraçados com teus lamentos.


Mulher foste de poetas

E em devaneios murmuras-te

Com voz suave de violino,


Dormes com os cisnes

E a eles faz sonhar contigo,

Como sonham com o deslumbrante lago.


E teus olhos, brandos olhos,

Que são o principio do teu semblante.

Ah! Um cisne negro na palidez

De teus olhares incertos e expressões

E ele teu cisne amado,

Amou tuas magoas.

Amou tuas birras.

Gabriel de Alencar