quinta-feira, 30 de junho de 2011

Poesia Tardia


Poesia tardia


Talvez ainda me reste um resto
Daquilo que um dia chamei
Poesia...
Ou talvez seja só um lapso inerte,
Paradoxo de uma simples
Vida...
Que linda em todos os momentos
Descrevia em laudas apagadas uma
Mancha...
Que aos velhos amigos recito
Agora não mais uma estrofe, mais uma
Ilha...

(Gabriel de Alencar)

sábado, 18 de junho de 2011

Mendigos


Mendigos


Nós nos agarramos a sonhos
Porque nossa realidade é fraca.
A fome aqui não pergunta nada
E nem escolhe ninguém.

A tristeza é algo comum
E a depressão é ridícula.
Dia após dia espreitando os fracos
E os vencendo por submissão.

Os rostos que vejo nas ruas
São deprimentes suas emoções.
Momentaneamente eles sorriem
Mas vazios estão.

Hipocrisia é uma palavra comum
Embora nunca falada diariamente
É notada em cada mente.

As crianças daqui nascem como erros
Algumas indesejadas, outras excluídas
Mas todas carregam algum erro,
Que muitas vezes não existe.

Alguns culpam o sistema;
Outros simplesmente não opinam,
Mais nada fazem para mudar isso,
Pois todos estão acostumados
A se passarem por palhaços.

Marionetes de sua própria desgraça,
Acham em tudo o que vêem graça
Porque simplesmente não enxergam.
Estão cegos porque querem
Porque é dura a realidade.

Todos aqui vivem a base de migalhas
Até mesmo os ricos e poderosos,
Porque todos aqui não são intocáveis
E a ferida é certa assim que nascem.
Uns mendigando vida,
Outros mendigando pão.


Gabriel de Alencar

O amor


O Amor


O amor é como a roseira e o jardineiro
Se você não amá-la primeiro;
E não a regar ou fazer-lhe as podas.

Você nunca terá a mais perfeita das rosas.

(Gabriel de Alencar)

Cara de Palhaço


Cara de Palhaço

Em teorias compus;
Vício sangue e pus,
Entre os assoalhos da manhã
No seu tempo e espaço
A minha cara de palhaço.


Gabriel de Alencar

Do amor


Do amor


Amor, Oh!Mártir dos pacientes
Que as alegrias veta.
Traz o teu ríspido beijo
Aos lábios do poeta.


(Gabriel de Alencar)

Ironia das lágrimas


Ironia das lágrimas


A ironia repousa nas tuas lágrimas.
Lagrimas que despiram tua face
E que caem no colo, secam ao vento.

E depois Levadas são pela brisa até bramir
Ao som do orvalho ou da chuva.
A lavar a terra a lavar outras lágrimas,
Lágrimas vertidas, verdadeiras lágrimas.

Lágrimas que passam do outono a primavera
Que regam desde os lírios às matas
E que tu matas no teu egoísmo sórdido
O calmo seio já mórbido
Da vasta mata.

(Gabriel de Alencar)