Um retrato
Que expressão tens no rosto?!
Vês, pois algo a paira no céu?
É intrigante esse olhar que no horizonte
Fixa-se na palidez de um olhar imóvel...
Sem expressão; sem razão.
Antídoto talvez para quiméricas criaturas,
Algo simples que singela súbito no âmago.
Tal qual és criatura de sentimentos
Ou um véu que desprende de um sino Celta.
Volvo, pois os olhos a esse retrato.
Inibe-me uma ânsia imaculada,
Talvez uma luz na aurora de meu coração
Ou a sombra obscurecida da emoção.
Vós que desperta um suspiro... Abranda!
Um coração de poeta tens em mãos macias.
Qual o lúgubre do peito amante há de ficar?
Sem que vos tenha em horror ao crepitar
Como tolos diante de um anjo de Deus,
E qual veemência arredia buscas nesse mundo?
Que me faça no peito murmúrios seus?!
O seu nome! O sem nome trouxe do fundo.
Gabriel de Alencar
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