domingo, 13 de junho de 2010

Ao final da meia noite


Ao final da meia noite


Meia noite, os peitos sedentos.
As mãos deslizam por entre corpos,
As bocas se estalam, as veias dilatam.
E dois corações se abraçam...

Meia noite, vejo-te a soluçar.
Um choro incontido a amar
A minha espera o meu rosto.
O meu amor ou o meu desgosto...

Meia noite, a noite é bela.
A criança está machucada.
- Tú não me amas mais?
- Não mais minha camélia.

Teu amor é flor sem cheiro
Uma mentira que cresceu
Em um coração vazio, deixando
Uma sensação desgradavel.


(Gabriel de Alencar)