quarta-feira, 31 de março de 2010

Orquestra de Rosas


Orquestra de rosas


A rosa do poeta é o verso.
Rosas-verso em harmonia
Em cada acorde, em cada rima
Canção e poesia
Tocadas pelo maestro coração;
Um buquê de rosas...


Gabriel de Alencar

sábado, 27 de março de 2010

Dúvida


Dúvida


Não te importas comigo,
Mas não me dizes se me odeia;
Apenas me prendes nessa teia.
Na duvida de ser teu amigo.

Não me olhas com verdade,
Ou minha mente assim o diz;
Só me lembro que tudo o que fiz
Foi para ver um riso teu de sinceridade.

Que o poeta mais louco de amores o diga,
O quanto doi essa grande amiga;
Que todos chamam dúvida.

Já a mim, não mais me importa
Essa desgraçada rima torta
Da dúvida e a vida.


Gabriel de Alencar

sexta-feira, 26 de março de 2010

Enquanto


Enquanto


Enquanto sorris muda
A escutar o som da chuva a cair,
Enquanto ainda calada como a branca lauda
Vê o som da vida surgir.

Enquanto nessa entreaberta manhã de chuva
Com as mãozinhas frias abraçadas numa luva
Como o sol entre as nuvens a abraçar
O doce orvalho das flores a desabrochar

Fita ao mesnos um olhar
Nesse branco-ciza a clarear
E lembra nem que seja por um segundo
Que um dia eu estive no teu mundo


(Gabriel de Alencar)

segunda-feira, 8 de março de 2010

O Poeta e o Pendulo


O poeta e o pendulo



O pendulo oscila!
E a noite segue peregrina e travessa
Unindo-se ao poeta. Outra vez,
Indignado tateio as pedras e lanço-as,
Tentando acertar a lua...

Ao oscilar do pendulo, pareço repetir na lembrança tuas faces,
Uma após uma elas caem nos sonhos;
Desligadas da sua realidade a parecerem ilusórias,
Unidas nas sombras do sono.

De repente fugi-me dessas pedras e,
Como uma dessas sombras devassas no seu ultimo sonho
Fiquei a esconder-me no teu coração de alguém
A cobriu-me de lágrimas.

Senti-me seguro e abracei esse coração,
Era gentil e sereno, amei-o como nunca amara,
Mas cometi um erro, voltei-me a ti
E temi poder ser amado.

Da empatia e inocência a loucura da ausência.
O pobre coitado num coração falso,
Viveu uma sombra;
E amou uma ilusão.


(Gabriel de Alencar)