terça-feira, 14 de outubro de 2008

E a boca quis falar


E a boca quis falar

Vazeas sombrias,
Que vosso coração espreita
E treme, chora, soluça
Pelo louco que vos vela.

Tu que és um sussurro
Olhai adiante dos olhos
De teu príncipe rústico
E enxergas a palidez do olhar
Desfalecido de um mudo.

Esse teu vulto calado
O lorde do teu pranto, labuta
Canta com a boca muda
Costurada pelas veias do amor.

Esta boca que pôs-se
Muda a recitar versos,
Num esforço quis falar-te
Porém, as veias prenderam-lhe
E os lábios então partiram-se.


Gabriel de Alencar

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