sexta-feira, 25 de junho de 2010

Passado


Passado

A menina ainda vive no passado
Na memoria o triste desdém...
Eu ainda vivo da sombra dela.
E a sombra sangra singela,
Mais só e pura;
Que a luz escura
De um sol de primavera.

Gabriel de Alencar

O rosto


O rosto


É –me estranho esta face
No espelho reflete disforme
Com olhos fundos. Ainda dorme
O disfarce.

As vias do tempo não param
E aonde pararam
Os meus nervos?

O abrupto coração de pedra.
Inda sangra despercebido.
Inda sangrará inibido
Como a musica sem letra.

As vias do tempo não param
E onde pararam
Os meus medos?

O tempo passa.
O meu rosto novamente
Disfarça
E mente.


(Gabriel de Alencar)

domingo, 13 de junho de 2010

Ao final da meia noite


Ao final da meia noite


Meia noite, os peitos sedentos.
As mãos deslizam por entre corpos,
As bocas se estalam, as veias dilatam.
E dois corações se abraçam...

Meia noite, vejo-te a soluçar.
Um choro incontido a amar
A minha espera o meu rosto.
O meu amor ou o meu desgosto...

Meia noite, a noite é bela.
A criança está machucada.
- Tú não me amas mais?
- Não mais minha camélia.

Teu amor é flor sem cheiro
Uma mentira que cresceu
Em um coração vazio, deixando
Uma sensação desgradavel.


(Gabriel de Alencar)