segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Por tua Felicidade

Por tua felicidade

Por onde passas a alegria é bem vinda
Por onde andas os passos tocam em harmonia
Por onde queres voar, tuas assas ruflam alegres
Por onde quer que vagues ande sempre em pensamentos.

Como o dia e a noite
Dois lados distintos com a mesma finalidade,
Um punhal cravado no peito
Em favor da morte ou da sorte,
Por juntar as duas partes de um ser.

Mesmo com a macula no teu seio
Inda ouço a voz de ti. Ho! Anjo,
E se matar-me de angustia for teu querer,
Que seja por tua felicidade.

Gabriel deAlencar

Um sorriso



Um sorriso


Há alem das formas sinuosas
Na brancura da tez e do colo
Entre sedosos lábios de mulher
Um ápice simbólico do amor.


É o centro das atenções de poetas
E o ver dentro D’alma de um anjo,
Por caminhos sóbrios do amor,
Vejo o porquê desses lábios.


Um encanto simples e vibrante
As covinhas se formam suaves;
Em completa alegria e delicadeza.
Há!... É loucura não amar-te

E ironia não velar-te
Apaixonado por um sorriso teu

Gabriel de Alencar




Um retrato


Um retrato


Que expressão tens no rosto?!
Vês, pois algo a paira no céu?
É intrigante esse olhar que no horizonte
Fixa-se na palidez de um olhar imóvel...
Sem expressão; sem razão.
Antídoto talvez para quiméricas criaturas,
Algo simples que singela súbito no âmago.
Tal qual és criatura de sentimentos
Ou um véu que desprende de um sino Celta.
Volvo, pois os olhos a esse retrato.
Inibe-me uma ânsia imaculada,
Talvez uma luz na aurora de meu coração
Ou a sombra obscurecida da emoção.
Vós que desperta um suspiro... Abranda!
Um coração de poeta tens em mãos macias.
Qual o lúgubre do peito amante há de ficar?
Sem que vos tenha em horror ao crepitar
Como tolos diante de um anjo de Deus,
E qual veemência arredia buscas nesse mundo?
Que me faça no peito murmúrios seus?!
O seu nome! O sem nome trouxe do fundo.
Gabriel de Alencar

Dança a fada


Dança a fada

Sopra o vento na face
E suas pétalas revoltas dançam
Numa primeira noite de inverno,
Nas lápides em lua de Celtas.
E assim como a lua nasce
Vem em estremecer de asas
A borboleta humana, Fada,
Do coração de um nobre rúnico.
- Ela começa a dançar tremula,
Mas logo solta-se ao vento.
Ela é meiga; é singela; amada,
Como foram as rainhas da alvorada,
Ou as princesas de outrora...

Vê-me escondido na relva
E põe-se a esconder também.
- Não há de sair até que vá
Eu embora do requinte
E leve comigo a magoa
De com ela não poder dançar.

Gabriel de Alencar

Santo remido...

Santo remido

Oh lábios doces! Lábios frios,
Cuja minha sorte ousou-te.
Propaga essa luz num gemido
Medonho, que desfalece em rios.

Vês! Oh sorte malevolente
A tormenta rúnica da coragem
Ao coração criança sem maldade
Sussurra em véu inda úmido,
Que dos lábios esmagados revelou-te
Os murmúrios ébrio, dementes.
- Hoje, posto que a maldade jaz
E o bem nascido de Lúcifer se desfaz
Num singular e humilde canto;
Pecador, perdoado, puro, perecível.
Vinde pois da casa de Satã
E das amarras da desejosa paixão.
Liberta-te por aceitar o impecável
E na tua lápide assim escreva:
Não mas jaz o coração da verdade.

Gabriel de Alencar