Santo remido
Oh lábios doces! Lábios frios,
Cuja minha sorte ousou-te.
Propaga essa luz num gemido
Medonho, que desfalece em rios.
Vês! Oh sorte malevolente
A tormenta rúnica da coragem
Ao coração criança sem maldade
Sussurra em véu inda úmido,
Que dos lábios esmagados revelou-te
Os murmúrios ébrio, dementes.
- Hoje, posto que a maldade jaz
E o bem nascido de Lúcifer se desfaz
Num singular e humilde canto;
Pecador, perdoado, puro, perecível.
Vinde pois da casa de Satã
E das amarras da desejosa paixão.
Liberta-te por aceitar o impecável
E na tua lápide assim escreva:
Não mas jaz o coração da verdade.
Gabriel de Alencar
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