O poeta e o pendulo
O pendulo oscila!
E a noite segue peregrina e travessa
Unindo-se ao poeta. Outra vez,
Indignado tateio as pedras e lanço-as,
Tentando acertar a lua...
Ao oscilar do pendulo, pareço repetir na lembrança tuas faces,
Uma após uma elas caem nos sonhos;
Desligadas da sua realidade a parecerem ilusórias,
Unidas nas sombras do sono.
De repente fugi-me dessas pedras e,
Como uma dessas sombras devassas no seu ultimo sonho
Fiquei a esconder-me no teu coração de alguém
A cobriu-me de lágrimas.
Senti-me seguro e abracei esse coração,
Era gentil e sereno, amei-o como nunca amara,
Mas cometi um erro, voltei-me a ti
E temi poder ser amado.
Da empatia e inocência a loucura da ausência.
O pobre coitado num coração falso,
Viveu uma sombra;
E amou uma ilusão.
(Gabriel de Alencar)