quinta-feira, 20 de março de 2008

Tempos de Angustia

Tempos de angustia
Ah tempos em que a mágoa deve-se ser lembrada para que não lhe retire a honrar e a gloria de seus princípios. Devemos nos disciplinar e lembrar daquilo que aparentemente parece-se ser impossível e inalcançável, mesmo que angustiosa for à tarefa devemo-nos desfazer das amarras daquilo que tão cegamente seguimos, apesar da dor e do invólucro sentimental que nos torna impotentes, enquanto humanos e fracassados devemos apegar-nos aos deveres, aceitar as nossas mágoas e subjugá-las para que não nos venha a impedir os nossos propósitos.

Ao subjugar a dor de nossos espíritos passamos a conhecer com clareza aquilo que tanto negávamos, percebemos que tudo o que fazíamos era sem sentido e por isso sofríamos e amaldiçoávamos todos aqueles a nossa volta, porém nunca havíamos parado para perceber os nossos erros e ver que amaldiçoados encontrava-se nós mesmos, quando percebemos essas falhas de caráter mudamos os nossos modos e percebemos no fim que: “Melhor é a mágoa do que o riso, porque a tristeza que abate o rosto torna compreensivo o coração”.


Gabriel de Alencar

Refletindo sobre a Vida



Refletindo sobre a vida


Ondas negras e o atroz da agonia! O que tens achado? O que você enxerga alem de escuridão? Serás que pode me compreender me enxergar, viver como... Em mim trancada sem fechadura? Onde posso encontrar algo puro? Perguntas que não querem calar em minha boca, perguntas que vem e que vão e a resposta não.

''O vento sopra para o sul depois para o norte da voltas e mais voltas e acaba no mesmo lugar''(Eclesiastes Cap. 1 Ver: Seis), assim é o mundo nada muda e nada mudará, pois tudo o que vê alem de seus olhos é hipocrisia e essa corrompe o coração verdadeiro.

Geração vem e geração vai e o mundo continua o mesmo. Nós vivenciamos sempre as mesmas coisas e vemos tudo acontecer e tornar novamente e simplesmente não nos cansamos de ver, ouvir ou enxergar, porque estamos tão cego pelas coisas ‘’boas’’ do mundo que não percebemos o quão falho é a nossa caminhada e quão largo e vacilante é. Somos tolos quando nos preocupamos mais com a beleza seja ela sua ou de outra pessoa, também somos tolos quando pensamos em algo que está alem do nosso alcance e queremos aquilo de qualquer modo. Em qualquer aspecto de nossa vida em ralação as coisas que temos o desejamos ter, esquecido assim do que realmente importa e necessitamos não vemos o que há alem da nossa vida suja e impregnada de ignorância, chegamos até a pensar e a maldizer a Deus por nossas falhas e pecados, mas nunca pensamos: ‘’POR QUE A CULPA NÃO PODE SER NOSSA PELOS NOSSOS ATOS?’’ O certo é que se estamos tristes com certeza fizemos algo de errado ou precisamos disso para entrar nos eixos.

Olhe para si e não para os outros e veja você ser levado embora por si mesmo veja você se destruir e depois se pergunte por que sou tão tolo assim? '' Os rios correm para o mar mais o mar não fica cheio e nois não queremos nos olhar e ver quão mau e acabado estamos'', o que aconteceu antes tornará a acontecer e quem vier depois de nos também não lembrará das coisas que fizemos mais sempre ficara pesado em nossa mente e em nosso coração, gravado como talhe do diamante que é quase impossível de ser riscado e nossa vida será a nossa própria carga, nossos olhos pesarão e nossa carne e expressões ficarão abatidas, então ficaremos como os soldados mortos nos campos de batalha que só esperam ser enterrados e se deixem levar pela terra e nela viram pó, e o que adiantou em viver? Para que viver se o destino é a morte? E mesmo se revivêssemos para este mundo não terias tu abusado de viver nele? Será que somos infames tanto ao ponto de repetir as mesmas besteiras? Se sim seriamos como a palha que o vento leva e que o fogo consome e desaparece sem importância alguma, '' Não há como curar uma ferida por completo, pois sempre haverá uma cicatriz'' somos todos diferentes uns dos outros em tudo o que vemos ou conhecemos, mas tudo já aconteceu na terra '' será que podemos fazer alguma coisa de novo?'' Vê isso nunca aconteceu no mundo antes?

Tudo o que penso tudo o que imagino é muito horrível, não há como viver num mundo de hipocrisia como esse, mas podemos viver fora dele e para nós e para aqueles que amamos. Lembra que o agora se faz presente e que o futuro pode existir ou não! Levanta-te da tua cova, pois é um noivado medonho o do verme, Poe a mão no teu peito e vê que ele inda bate e bate com força, não existe depressão, pois tudo é ilusão, pode vir os reis e os sábios de todo mundo me contestar mais ainda sim estarei certo, pois tudo o que se vê é vaidade nada alem da vaidade e da falta de conhecimento da vida, pensam que morre é a única saída mais não vêem que a morte é pior do que viver, '' Qual o crepitar dos espinhos embaixo da panela tal é o riso desses tolos'' pois estes não vêem o que realmente existe em sua essência, não se voltam para si e nem tentam sair de seu ato de idiotice. Esse sentimentalismo não é nada alem de egoísmo e falta de compreensão de si e dos outros ao seu redor eles se trancam no quarto e pedem para morrer e que vantagens levam nisso? Pois uma criança que nasce morta tem mais compreensão da vida do que um infeliz que se deixa levar por seus desejos e por seus vícios.

Insanos até quando?

Gabriel de Alencar

Fim


Fim

Esse ardor que exala do peito

Que a vida inspira e morte acolhe

Mas parece a dádiva única da vida,

Pois não há ser vivo que não morra

E nem mágoa que possa ser esquecida.


A criança pode caminhar com a face obscura

Mas é essa expressão negra que compreende o coração,

É esse escuro e a negra insânia que ensina;

Melhor é o dia da morte que o da vida.


É essa a vida... Que como o vento é,

Pode ela dar voltas e mais voltas:

De nada adianta; termina no mesmo lugar.


Eu deixo a vida como deixa o tédio

Numa estrada sem rumo e compaixão

Onde os abutres espreitam-me a carne,

De um infame morto por uma lepra cura.


E nas noites que o crepúsculo ilumina

No rosto a palidez nas faces,

Só cria no sepulcro sossegado.


E no mundo dos mortos

Onde o senhor Deus não podes ser lembrado,

Irei esperar calado e mudo

Nos braços frios, nas entranhas da terra.

A vida deixar o mundo...

(Gabriel de Alencar)