terça-feira, 14 de outubro de 2008

Prata ouro Prata


Prata ouro Prata

...Ontem vi pois a prata ouro,

De tal ápice inimitável
Crepúsculo que nasce nas sombras
Como todos os dias de outrora.

Posto ontem pois, esse brilho
A incandescer num céu indiferente,
Pois as fazes incompletas vi
Fazes que a séculos não mudava.

Temo por essa bela jóia
Vossa pérola imaculada
Que tantos dias espreitara-te
A tua doçura, meiguice e magoa.

Treme-me a carne podre
Manchada em escarlate espargido
Na minha miserável árvore vital,
Enquanto tomba-me a vida
Numa ininterrupta cadeia medonha.
-A agonizar pranteio-me frenético
E deleitando o vosso leito
Vejo a lua novamente prata...


Gabriel de Alencar

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