domingo, 14 de novembro de 2010

Fadas Fadadas!


Fadas fadadas!

Amar perfeito o sonho
De amor perfeito e ermo
Compunha a todos os termos
Alucinantes que componho

De luares a fachadas
Em lugares de almofadas
Fadas lindas
Lindas fadadas


Gabriel de Alencar

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Intrigante


Intrigante


Queria saber por que me intrigas tanto.
Eu apenas te vejo por um momento;
Eu que mal entendo de sentimento
Me pego vestindo esse manto.

Sem nexo, inexplicável
É simplesmente irrefutável.
Os acordes voam
Os pássaros ecoam.

Hipnotismo ou sarcasmo
Eu simplesmente não entendo;
Como encontrei esse espasmo
Apenas com o que estou vendo.

Mas, porque isso me intriga.
Eu que só queria conhecer
O sentido do que eu podia ver
Ponho-me entre ti, mim e uma intriga.

O pensamento simplesmente...
Simplesmente sente.
Quando o vento me disse
Para que olhasse para o lado e visse...

O tempo eu não me lembro,
O cheiro o momento... Chovia!
Eu simplesmente parei.

Estático todos os membros
Nada em mim se movia.
Contigo eu apenas me deparei.

Gabriel de Alencar

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O falso assassíno


O falso assassíno


As notas estão pendentes;
A poesia esta falhada.
A musa é apenas uma fachada
Criada de sombras e mentes.

Quem o fez poeta e céu?
Que da noiva o rendado véu.
Não o tens por o mais interessante
E melhor suporte...

E se o tem... Por amor o assassínio
Como a garganta ao falso vinho;
Mais me vale vomitar esse amor
Que engolir esta morte.


Gabriel de Alencar

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ode a uma mulher


Ode a uma mulher


Não te exaltarei como uma rainha
Ou como primavera e flor
Mas apenas a nobre dor
De uma musa que não é minha

De baixo a cima, bordada
Sem nenhuma peculiaridade,
Coberta de diafaneidade
De uma típica mulher amada

Com seus defeitos e qualidades
Sem nenhum acréscimo
Do primeiro ao vigésimo
Com todas as mentiras e verdades

Se fica triste ela chora,
E quando demora,
Alguém aos poucos morre...


Gabriel de Alencar

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Infanticida


Infanticida

Vejo a sombra em seus olhos
A perpetuar na tua alma fugida...
Eu nunca vou me esquecer
Daquelas palavras vazias.

Sem perceber você esqueceu
Da promessa feita a uma criança.
De guardar em tua memória
Uma parte daquele pequeno coração...

E agora onde está o cheiro, os olhos
Onde está o toque daquela mão
Tão pequenina, tão calma.

Porque não lembraste
Da pobre criança pertubada,
A qual destes um sonho.

Gabriel de Alencar

terça-feira, 13 de julho de 2010

As Vendas


As Vendas

A tua discrepância salvou-me os versos,
Inertes nas vias cranianas.
Totalmente distantes imersos
Numa onda de sagacidades levianas.

A tua sombra me incubiu da tua luz
E em meu seio guardo-a,
Moldo-a
E transformo-a em cruz.

Para que carregues
Para que aprendas
E as tuas vendas
Enchergues...

(Gabriel de Alencar)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Passado


Passado

A menina ainda vive no passado
Na memoria o triste desdém...
Eu ainda vivo da sombra dela.
E a sombra sangra singela,
Mais só e pura;
Que a luz escura
De um sol de primavera.

Gabriel de Alencar

O rosto


O rosto


É –me estranho esta face
No espelho reflete disforme
Com olhos fundos. Ainda dorme
O disfarce.

As vias do tempo não param
E aonde pararam
Os meus nervos?

O abrupto coração de pedra.
Inda sangra despercebido.
Inda sangrará inibido
Como a musica sem letra.

As vias do tempo não param
E onde pararam
Os meus medos?

O tempo passa.
O meu rosto novamente
Disfarça
E mente.


(Gabriel de Alencar)

domingo, 13 de junho de 2010

Ao final da meia noite


Ao final da meia noite


Meia noite, os peitos sedentos.
As mãos deslizam por entre corpos,
As bocas se estalam, as veias dilatam.
E dois corações se abraçam...

Meia noite, vejo-te a soluçar.
Um choro incontido a amar
A minha espera o meu rosto.
O meu amor ou o meu desgosto...

Meia noite, a noite é bela.
A criança está machucada.
- Tú não me amas mais?
- Não mais minha camélia.

Teu amor é flor sem cheiro
Uma mentira que cresceu
Em um coração vazio, deixando
Uma sensação desgradavel.


(Gabriel de Alencar)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Tua minha felicidade




Tua minha felicidade


Eu estava perdido a beira da loucura,

Estava tão quieto na minha dor

Apegado com tanto ardor,

Que não conseguia sequer uma nota pura.


Vi-te passar ao meu lado um momento.

E percebi na tua face risonha

Uma menina que ainda sonha

Em me salvar deste relento.


Com uma fala branda, palavas macias.

Achegaste ao meu lado

Tu rias.


Mas qual o motivo de tanta alegria?

Tu apenas me disseste – de fato!

E sorria...



(Gabriel de Alencar)

Amor monólogo


Amor monólogo

Junto ao teu peito a murmurar...
Suplico um beijo na inquietude,
No fervor de um acalento. Num amar
Humilde de tuas palavras e atitudes.

No teu colo em tuas curvas
No deslize da mão à cintura
O cheiro do teu corpo. As mente turvas,
Entre meus toques desfloras em ternura...

Então já lânguida dos abraços.
Um beijo tento-te roubar;
Mas as mãozinhas afastam os laços,
Que nos unem que nos ensinam a amar...

- Porque repudias meus braços, meu beijo?
- Por quê? Teu amor não me pertence
E por mais que eu pense
É apenas um monólogo que vejo...

(Gabriel de Alencar)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Os dias que não voltam


Os dias que não voltam


Os dia que não voltam,
São aqueles que acabam na memória,
Que aos poucos se perdem
E a muitos enlouquecem e ferem.

Os dias fantasmas: assim os chamo,
Pois vagam em nosso crânio
Como um passado distânte,
Que imploramos para esquecer...

Podem ser dias de gloria
Dias de amores,
Mas são apenas dias que passam,
E marcam...


Gabriel de Alencar

quarta-feira, 31 de março de 2010

Orquestra de Rosas


Orquestra de rosas


A rosa do poeta é o verso.
Rosas-verso em harmonia
Em cada acorde, em cada rima
Canção e poesia
Tocadas pelo maestro coração;
Um buquê de rosas...


Gabriel de Alencar

sábado, 27 de março de 2010

Dúvida


Dúvida


Não te importas comigo,
Mas não me dizes se me odeia;
Apenas me prendes nessa teia.
Na duvida de ser teu amigo.

Não me olhas com verdade,
Ou minha mente assim o diz;
Só me lembro que tudo o que fiz
Foi para ver um riso teu de sinceridade.

Que o poeta mais louco de amores o diga,
O quanto doi essa grande amiga;
Que todos chamam dúvida.

Já a mim, não mais me importa
Essa desgraçada rima torta
Da dúvida e a vida.


Gabriel de Alencar

sexta-feira, 26 de março de 2010

Enquanto


Enquanto


Enquanto sorris muda
A escutar o som da chuva a cair,
Enquanto ainda calada como a branca lauda
Vê o som da vida surgir.

Enquanto nessa entreaberta manhã de chuva
Com as mãozinhas frias abraçadas numa luva
Como o sol entre as nuvens a abraçar
O doce orvalho das flores a desabrochar

Fita ao mesnos um olhar
Nesse branco-ciza a clarear
E lembra nem que seja por um segundo
Que um dia eu estive no teu mundo


(Gabriel de Alencar)

segunda-feira, 8 de março de 2010

O Poeta e o Pendulo


O poeta e o pendulo



O pendulo oscila!
E a noite segue peregrina e travessa
Unindo-se ao poeta. Outra vez,
Indignado tateio as pedras e lanço-as,
Tentando acertar a lua...

Ao oscilar do pendulo, pareço repetir na lembrança tuas faces,
Uma após uma elas caem nos sonhos;
Desligadas da sua realidade a parecerem ilusórias,
Unidas nas sombras do sono.

De repente fugi-me dessas pedras e,
Como uma dessas sombras devassas no seu ultimo sonho
Fiquei a esconder-me no teu coração de alguém
A cobriu-me de lágrimas.

Senti-me seguro e abracei esse coração,
Era gentil e sereno, amei-o como nunca amara,
Mas cometi um erro, voltei-me a ti
E temi poder ser amado.

Da empatia e inocência a loucura da ausência.
O pobre coitado num coração falso,
Viveu uma sombra;
E amou uma ilusão.


(Gabriel de Alencar)