Ferir! Ferir!
Se por acaso partires quem decidira
O tempo presente, o futuro irá;
Em delírios perder-se em lamentos
Tornado nocivo teu ungüento.
- Ferir! Ferir! Um, dois, três corações.
E para que ferir? Tão meigas emoções...
Vibrante! A emoção suspeita
Em sussurros abandona, espreita.
Calada em arder-se com ira
E inflamando com desdém as feridas.
- Mentir! Mentir! Um, dois, três flagelos.
E para que ferir? Com desprezo aos sinceros...
Na mágoa uma singular criança
E sorte na mágoa que lhe fará?
Em gemidos de dor no âmago irá
Sorte findar em amar ou morrer
E jaz verdade de mentiras mentidas
Quanto da tua cólera à criança amiga?
- Desferir! Desferir! Um, dois, três flagelos.
E para que ferir? Tantos corações sinceros...
Longe vai e não se definirá?
Em inocência menina definhará
E meiga sussurrará esperança...
Se mentires em cólera ao sofrer,
Que te lhe farei com a verdade inibida
Por acaso tornou-se o teu coração viga?
- Sorrir! Sorrir! Um, dois, três corações.
E para que Ferir? Irônica todas as emoções...
Faz-se, e desfaz-se, por quê? Para que?
Ingênua, intrigante, irradia irrelevante,
Esperança ou sofrer de amor: Não de amante.
- Por que, Para que tanto odiar?
Feriu, mentiu, desferiu, sorriu.
Contra aquele grande amar...
Desde o dia em que tua sombra viu.
(Gabriel de Alencar)
Um comentário:
POIS E.
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