Até que a mosca morra
Um sentido lógico eu devo pensar
Não o sei como mais devo fazer
Onde... Talvez não... Por quê?
O que trarei eu sozinho, aliás,
Não o sei por isso devo pensar...
Penso na teia no canto da sala;
Na mosca presa nela. Olho a sua angustia.
Pode ser como eu preso à minha mente.
Preso ao meu corpo, a minha dúvida.
Um não ter escolha de estar nela,
Ou de ir dela... Quem o sabe?
Preso a uma teia, ou talvez a mentira.
Quem sabe senão um sonho,
Ou realidade esquizofrênica.
Depende de mim ou da mosca?
Pensar em realidade, ou acreditar ser um sonho,
Tendo como a raiva da humanidade o escudo...
Esqueça-me no vinho.
Deixe-me afogar no meu monstro.
Até que a mosca morra no canto da sala,
Devo pensar, devo refletir.
Procurar talvez um meio de fugir dela,
Ou talvez prender-me a ela inda mais...
Como fui parar no canto da sala;
Isso é algo que eu não faço idéia...
(Gabriel de Alencar)
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