terça-feira, 17 de junho de 2008

Um princípio escuro



Um principio escuro

A carne é o principio do pó

E o espírito um murmúrio de vida.

Sangue em meio à pele ferida,

Um grito vazio e só...


Águas! E velejas em trevas?...

Um caminho obscuro é inevitável!

Marcas negras impregnadas. impecável

Vontade sedenta de negras ervas.


Murmúrios nas sombras o mistério.

Na escuridão delira, enterra.

Sua alma escura em meio à guerra

Tocada ao som de um saltério.


Se não ouve o falar dos sábios,

Não poderá ouvir de meigos lábios

O som da simples realidade,


E quando ouvirdes o pedido da morte

Não haverá para ti a mesma sorte

E nem tanto a mesma vitalidade...


Por horas a criança chora,

A alegria do mundo onde mora.

É realidade a vida, é vivência.

Perdida! Erradicada dependência.


É a desgraça sóbria e irrelevante

Murmúrios e chagas que irritam

E assim como doem. Imitam

Lepra de corpo e alma ignorante

.

E entre o pesar e culpa fremente

O poeta clama no ultimo suspiro...

‘’Sou um louco um mero demente

Esperando o badala do sineiro. ’’


Em meio à ruína. No cemitério

O vale longo e a bela serra

Está a verdade esboçada na terra,

Os campos escuros a morte e seu império.

(Gabriel de Alencar)


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