Um principio escuro
A carne é o principio do pó
E o espírito um murmúrio de vida.
Sangue em meio à pele ferida,
Um grito vazio e só...
Águas! E velejas em trevas?...
Um caminho obscuro é inevitável!
Marcas negras impregnadas. impecável
Vontade sedenta de negras ervas.
Murmúrios nas sombras o mistério.
Na escuridão delira, enterra.
Sua alma escura em meio à guerra
Tocada ao som de um saltério.
Se não ouve o falar dos sábios,
Não poderá ouvir de meigos lábios
O som da simples realidade,
E quando ouvirdes o pedido da morte
Não haverá para ti a mesma sorte
E nem tanto a mesma vitalidade...
Por horas a criança chora,
A alegria do mundo onde mora.
É realidade a vida, é vivência.
Perdida! Erradicada dependência.
É a desgraça sóbria e irrelevante
Murmúrios e chagas que irritam
E assim como doem. Imitam
Lepra de corpo e alma ignorante
.
E entre o pesar e culpa fremente
O poeta clama no ultimo suspiro...
‘’Sou um louco um mero demente
Esperando o badala do sineiro. ’’
Em meio à ruína. No cemitério
O vale longo e a bela serra
Está a verdade esboçada na terra,
Os campos escuros a morte e seu império.
(Gabriel de Alencar)
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