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Passado
A menina ainda vive no passado
Na memoria o triste desdém...
Eu ainda vivo da sombra dela.
E a sombra sangra singela,
Mais só e pura;
Que a luz escura
De um sol de primavera.
Gabriel de Alencar
O rosto
É –me estranho esta face No espelho reflete disforme Com olhos fundos. Ainda dorme O disfarce. As vias do tempo não param E aonde pararam Os meus nervos? O abrupto coração de pedra. Inda sangra despercebido. Inda sangrará inibido Como a musica sem letra. As vias do tempo não param E onde pararam Os meus medos? O tempo passa. O meu rosto novamente Disfarça E mente. (Gabriel de Alencar)
Ao final da meia noite
Meia noite, os peitos sedentos. As mãos deslizam por entre corpos, As bocas se estalam, as veias dilatam. E dois corações se abraçam... Meia noite, vejo-te a soluçar. Um choro incontido a amar A minha espera o meu rosto. O meu amor ou o meu desgosto... Meia noite, a noite é bela. A criança está machucada. - Tú não me amas mais? - Não mais minha camélia. Teu amor é flor sem cheiro Uma mentira que cresceu Em um coração vazio, deixando Uma sensação desgradavel. (Gabriel de Alencar)