Enquanto sorris muda A escutar o som da chuva a cair, Enquanto ainda calada como a branca lauda Vê o som da vida surgir.
Enquanto nessa entreaberta manhã de chuva Com as mãozinhas frias abraçadas numa luva Como o sol entre as nuvens a abraçar O doce orvalho das flores a desabrochar
Fita ao mesnos um olhar Nesse branco-ciza a clarear E lembra nem que seja por um segundo Que um dia eu estive no teu mundo
O pendulo oscila! E a noite segue peregrina e travessa Unindo-se ao poeta. Outra vez, Indignado tateio as pedras e lanço-as, Tentando acertar a lua...
Ao oscilar do pendulo, pareço repetir na lembrança tuas faces, Uma após uma elas caem nos sonhos; Desligadas da sua realidade a parecerem ilusórias, Unidas nas sombras do sono.
De repente fugi-me dessas pedras e, Como uma dessas sombras devassas no seu ultimo sonho Fiquei a esconder-me no teu coração de alguém A cobriu-me de lágrimas.
Senti-me seguro e abracei esse coração, Era gentil e sereno, amei-o como nunca amara, Mas cometi um erro, voltei-me a ti E temi poder ser amado.
Da empatia e inocência a loucura da ausência. O pobre coitado num coração falso, Viveu uma sombra; E amou uma ilusão.